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SUSTENTABILIDADE | 11.09.2025

Uma vida dedicada a ajudar e combater a exclusão social

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Nos anos 80, um grupo de mulheres do bairro de Orcasitas, em Madri, formou o movimento “Mães contra a droga”. Uma delas foi Pilar Aural, que preside a Associação Pato Amarelo, que nasceu como parte desse movimento de luta contra a difícil situação enfrentada pelo bairro. Pilar ainda se lembra da dor daquela época, mas também da alegria que sente em continuar a luta contra a exclusão social. Falamos com uma mulher dedicada à causa e profundamente emocionada pelo caminhão de 10.000 quilos de alimentos entregue recentemente pela Fundación MAPFRE.

pato amarilloComo você se descreveria como pessoa e o que acha que mudou em você desde a criação da associação?

Eu continuo sendo a mesma pessoa de sempre: próxima, sensível, generosa e muito pedinte. Ajudo qualquer pessoa que bate na minha porta. Nunca me esqueço de onde vim nem de quem fui, e isso é importante para compreender as necessidades dos outros e estar perto das pessoas que mais precisam.

O que a levou a fundar a Associação Pato Amarelo?

Já comi no lixo, vivi nas ruas e fico triste quando vejo pessoas doentes e rejeitas, que se alimentam do que encontram no lixo. A associação também foi criada porque eu via muitos jovens nas ruas vítimas de drogas, jovens que sofriam o desprezo e a exclusão constantes.

Como era a situação em Orcasitas nos anos 80, quando começou este trabalho?

Havia muita pobreza, muitas moradias precárias, mas gente muito boa. Infelizmente, a droga se espalhou e destruiu tudo. Ainda hoje, há um ambiente vulnerável, difícil e angustiante para muitas pessoas que continuam sem encontrar apoio. Os jovens são os que mais precisam de ajuda.

Que papel você acredita que “Mães contra a droga” desempenhou na criação da associação?

Todas nós, mães, filhas, vizinhas, lutávamos com força para ajudar os jovens do bairro. Arriscávamos nossa segurança entrando nos lugares onde as drogas eram vendidas. Gritávamos que era inaceitável tirar a vida dos jovens. Também visitávamos prisões para levar comida e roupa, e hospitais para dar o último abraço naqueles que estavam à beira da morte.

Pilar Aural: “Fico feliz em ajudar qualquer pessoa que bate na minha porta”

Você poderia compartilhar alguma história que a tenha marcado de maneira especial?

Tenho muitas. Lembro-me de uma vez, há muitos anos, quando entrei no Hospital 12 de Outubro, em Madri, para conhecer alguns jovens doentes. Eu segurava a mão deles e, em pouco tempo, chamava seus familiares para que pudessem se despedir. Isso me marcou profundamente. A morte da minha própria filha também.

Que mensagem gostaria de deixar para quem ainda não conhece o trabalho da Pato Amarelo?

Que não hesitem em ajudar. A Pato tem algo especial, porque todos os que se envolvem, acabam ficando. Imagine o impacto pessoal e social que representa ajudar cerca de 350 famílias mensalmente, e distribuir alimentos e roupas para mais de 2.000 pessoas. Tudo isto graças ao esforço de muitos voluntários que descarregam caminhões, distribuem comida e oferecem o seu melhor sorriso. Muitos deles já receberam nossa ajuda no passado, e isso me enche de orgulho.

Na sua opinião, qual é a maior necessidade de nossa sociedade?

Mais solidariedade, respeito e senso de comunidade. Esses são valores que diminuem os conflitos e promovem o diálogo. Sempre defendi a importância de combater a discriminação e lutar pela igualdade de oportunidades. Isso é chave para que mais pessoas tenham um futuro melhor, independentemente de sua origem ou da situação econômica.

O que a faz mais feliz?

Tenho momentos de muita tristeza, mas o que me dá mais alegria é ver a minha família e muitas outras prosperarem graças ao trabalho que realizamos. É o caso de uma mãe do bairro que ficou sozinha com duas meninas e que conseguiram ter acesso à universidade. Fico feliz em ajudar qualquer pessoa que bate na minha porta. O caminhão que recebemos com mais de 10.000 quilos de alimentos, que a Fundación MAPFRE doou este ano, também me emocionou e me deixou muito contente.

APOIO

Em junho, a Fundación MAPFRE entregou à Associação Pato Amarelo de Madri, em Madri, mais de 10.000 quilos de comida, entre alimentos frescos e não perecíveis. A iniciativa foi o resultado de uma campanha de doação em dinheiro e de arrecadação de alimentos, que contou com a participação de centenas de pessoas e que conseguiu juntar cerca de 18.000 euros.

Pato amarillo